Achei que eu devia explicar porque este blog anda fugindo do assunto. Acontece que a planta está meio que igual ao dia em que chegou aqui. E Violeta não vai muito bem e eu tento evitar o problema. Algumas flores murcharam, o que talvez seja até normal porque, até onde eu sei, plantas não costumam florescer o tempo todo (deus meu, quando eu achei que poderia cuidar de um ser vivo que não se comunica?). Ainda assim, eu fiquei arrasada, morta de preocupação e frustradíssima. Não se de onde eu tirei a idéia de que ter uma planta seria legal.
Mas hoje percebi que as flores que pegam sol estão melhores que aquelas que ficam no lado oposto à janela. Não que isso me deixe alegre, mas pelo menos eu começo a entender porque algumas flores estão morrendo e entender aquilo que nos entristece sempre nos faz sentir menos imbecis diante do que não podemos controlar. Esta história é uma bonita investigação sobre nosso desejo de compreender as coisas. É uma reportagem longuíssima (mas que vale cada palavra) sobre um programa de TV sensacionalista americano que criava armadilhas para pedófilos e filmava o momento da prisão deles.
Em resumo, quando um respeitado advogado e funcionário da Justiça é o alvo da vez, depois de manter conversas pornográficas por chat com um ator contratado pela produção para se passar por um garoto adolescente, a situação sai do controle. Via de regra, os atores deveriam atrair o pedófilo para uma casa alugada pelo programa, onde o apresentador confrontava o homem que logo depois era levado pela polícia. Mas este sujeito não foi ao encontro e então as equipes de filmagens foram à casa dele. Após uma desorganizada ação policial, toma-se a decisão de entrar na casa do criminoso. Ele então se suicida com um tiro na cabeça em frente à equipe da SWAT.
Investigações posteriores mostraram que o diálogo com o ator fora o primeiro desta espécie que o advogado participara. A promotoria concluiu que o caso era fraco e nem poderia ir a julgamento por inconsistências técnicas. Mas o que mais pesa na história são os parentes e amigos do tal advogado buscando explicações para o envolvimento dele com um adolescente. Nenhum deles pôde aceitar o fato de que foram próximos e foram queridos e queriam bem a um pedófilo. Nenhum deles pôde compreender como um criminoso podia ser tão gentil, competente no trabalho e boa companhia. Eu também não consigo imaginar os conflitos internos e demônios que um sujeito como esse enfrenta durante toda a vida. E não entendo a falta de conflitos internos que levam produtores de TV a submeter alguém - mesmo que um criminoso - a esse tipo de exposição sem critério.
segunda-feira, 30 de junho de 2008
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4 comentários:
quase fiquei com medo do desfecho do teu raciocínio, mas não me decepcionou em nada, as usual.
porque? pra onde tu achou que eu estava indo?
depois que uma família inglesa preferiu chamar um programa de TV para ver encher as fuças de maconha e destruir a casa, ao invés de chamar um psiquiatra, nada mais me surpreende em exibicionismo.
...para ver O FILHO encher as fuças...
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