terça-feira, 3 de junho de 2008
Entra em cena a nova personagem
Ganhei uma violeta dos meus pais. Ao contrário da planta genérica, Violeta fica no meu quarto. Está aqui ao lado, e isso gera uma tremenda pressão. Porque a planta está lá na rua e ela e a natureza que se entendam na minha ausência. Violeta depende de mim completamente. Para ter água, para não ser morada de mosquitos da dengue, para ficar ao sol. Parece bobo - e realmente é - mas só o fato de uma folha ter caído quando tirei-a da embalagem me deixou à beira da neurose: a cada cinco minutos toco a terra para ver se está úmida ou seca demais. Não que eu saiba o "ponto" da terra. Eu não faço a mais vaga idéia de como a terra deveria estar, mas tenho uma imprecisa esperança de que se Violeta perceber que eu realmente me importo, ela vai sobreviver apesar de toda minha ignorância e falta de jeito. Em outras proporções, me parece mais ou menos o tratamento que, por vezes demais, damos ao amor. A gente não sabe muito bem como lidar com ele, e aí só resta esperar que o outro reconheça em nós o que sinceramente sentimos mas não sabemos traduzir em cuidados básicos.
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