quarta-feira, 7 de maio de 2008

Filosofia a essa hora da manhã?

Enquanto a planta segue sua existência sem alarde, eu segui no devaneio sobre ciborgues e máquinas. Talvez tenha sido Marshall McLuhan (quem se importa?) que definiu a tecnologia como extensão do homem. Ele se referia ao universo simbólico do humano, algo mais no sentido do gravador de som permitir ao homem estar presente no outro lado do mundo por meio da sua voz, mas como eu já posso estar trocando o nome do sujeito mesmo, me permito distorcer a idéia para pensar a tecnologia como extensão física. Como se a tecnologia fosse apenas uma forma de fazer aquilo que nosso corpo não permite, seja com um foguete para dar uma volta na lua, um barco para atravessar um oceano ou um simples óculos escuros para caminhar ao sol sem franzir a testa. Na prática, não muda nada, e a tecnologia poderá continuar sendo usada para o bem ou para o mal. Essa visão apenas nos aproxima da nossa criação, o que pode ser ruim ao levar a uma confusão geral entre o que é homem e o que é máquina; ou pode ser bom, tirando a tecnologia do pedestal que hoje ela parece ocupar e devolvendo ao homem o poder de decisão sobre o que as máquinas fazem do mundo.

Como eu não sou autoridade em nada (é o que se ganha sendo jornalista, os famosos mestres de porra nenhuma), cito Aldous Huxley, que se não entendia do assunto, pelo menos inventava bem, e disse que o progresso tecnológico apenas criou formas mais eficientes para retrocedermos. É, eu sei, contraria o que eu disse, é o outro mal de jornalista: ir atrás do contraponto. Se eu fosse concordar comigo, tinha citado o all-time favorite escritor de Miss, Saint-Exupery, que disse que a tecnologia não isola o homem da natureza. Mas tem que ver que esse é um cara que viu no avião e no liquidificador as grandes invenções do seu tempo e morreu um ano antes da primeira bomba atômica explodir.

Delírios à parte, preciso ir lá regar minha planta que, vejam que atraso, precisa de água para viver.

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