segunda-feira, 21 de julho de 2008

Questões de pertencimento

Então que faltam uns 20 dias para a formatura e me dei conta hoje, depois de devolver os últimos livros na biblioteca da Fabico porque não me permitem mais renová-los, que em breve estarei incluída na maioria. Não serei mais universitária, não serei desempregada, não serei idosa, mas também não sou mais adolescente, não serei negra, indígena ou nipônica (bem, nunca fui nada disso, é verdade), não serei miserável mas também estou longe da classe alta e não serei estudante de coisa alguma. Fora a óbvia e maior preocupação de não ter mais descontos, vai ser estranho não ter um rótulo imediato. Antes era sempre estudante-jornalismo-ufrgs. Claro, ficará o jornalismo, mas uma profissão não é lá muito um círculo social como é uma faculdade. Não que a Fabico ainda fosse: há horas que não tenho mais aula com meus amigos e vejo-os apenas nos nossos tempos livres. Então, sei lá, estou misturando rótulos com ambientes com coisas que ainda não sei bem definir. No fim das contas, acho que só me dei conta que as coisas não vão mudar, mas ainda assim mudam. Na prática, o que acontece é que não precisarei mais descer a Felipe de Oliveira todas as manhãs. Nas entrelinhas, chegou a rolar uma vontade de ir ser imigrante latina na Europa para pertencer a um novo grupo facilmente identificável. Ou, como disse Juliana Maia, ser preso e integrar o seleto grupo das celas para diplomados.

5 comentários:

Anônimo disse...

a dúvida agora é saber qual das duas opções é a mais saudável.

Karine disse...

eu me dei conta disso esses tempos =/

Emanuela Pegoraro disse...

:) como você me descobriu lá?

Unknown disse...

porque tu tem um emprego, no teu caso nem pra pra fazer a piadinha cláááááááássica pra quem se forma:

deixa de ser o futuro do país e se torna problema social.

luís felipe disse...

e pensar que na nossa adolescência nós detestávamos ser rotulados.