segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Satisfações

Não que eu não tenha o hábito de abandonar blogs com a mesma sem-cerimônia que os homens de mau caráter abandonam suas vidas após comprar cigarros, mas não é o caso. Em parte, essa coisa de se formar deu um certo trabalho e exigiu uma parcela considerável do meu tempo livre em atividades mui lúdicas como buscar champagne no lado escuro do aeroporto (onde, eu juro e tenho testemunhas, lê-se nas placas de trânsito: Dê preferência aos aviões); visitar confeitarias e comprar sapatos.

Em parte, também, houve qualquer coisa inexplicável que andou minando minha vontade de vir aqui dizer alguma coisa. E não foi falta de assunto. Questões da maior relevância me intrigaram por demais ultimamente. Só para exemplificar, cito duas.

Parece que querem juntar Daniel e Leonardo para fazerem shows juntos. Eu me pergunto: caso eles aceitem, quem vai ser a segunda voz? E não me pergunto apenas porque ambos estão acostumados a receberem todos os holofotes, mas porque, dado o histórico de ambos, eles têm motivos de sobra para acreditar que ser segunda voz de dupla sertaneja pode ser - usemos um eufemismo - prejudicial à saúde.

Minha irmã voltou de Buenos Aires com uma cuia. Na primeira tentativa de uso, a cuia rachou. Minha irmã fez chimarrão em uma caneca. A pergunta que infinitamente me atormentou é como eu nunca pensei nisso antes? Claro, pode muito bem ter sido porque eu sempre tive uma cuia à mão quando precisei, mas fiquei com a nítida impressão de que eu não pensaria em solução tão simples. Se bem me conheço, eu ia tentar colar a cuia com superbonder, porque eu sou o tipo de pessoa que acha que pode consertar tudo com superbonder, da mesma maneira que meu avô era capaz de construir uma casa com durepox e meu pai não teria problemas em passar uns dias perdido na selva desde que tivesse um rolo de fita isolante.

Mas, substâncias colantes à parte, esse improviso como o chimarrão-na-caneca é o tipo de raciocínio que eu admiro. As soluções mais simples são sempre as melhores. Lembro daquele caso em que golfinhos de um parque chinês engoliram pedaços de plástico. Primeiro tentaram uma cirurgia nos animais, que não deu resultado. E então alguém teve a brilhante idéia de chamar o homem mais alto do mundo para colocar seu braço mais longo do mundo na garganta dos golfinhos e puxar os fragmentos plásticos. Simples e eficiente e, se tivesse sido pensada antes, poupava os bichos de ficarem com uma cicatriz na barriga.

4 comentários:

Anônimo disse...

Cicatriz nada!
Cola com superbonder!

Oooooooo: vou preparar um videozinho mas só postarei depois de receber as (ui) fotos. Quero as engomadinhas e as de fim de festa, hihiiiii.

Beijo, no aguardo.

Anônimo disse...

isso me lembrou uma história que eu ouvi hoje: numa linha de produção de pasta de dentes, vez ou outra, vinha algumas caixinhas sem a esperada bisnaga dentro. dois engenheiros foram chamas e, a um custo de 5 milhões, bolaram um sistema que pesava as embalagens e, caso não chegassem a um quantum determinado, eram descartadas. não vem ao caso como. passado um tempo, um relatório provou que tudo ia bem e tals, mas notaram que a traquitana estava desligada a 2 meses. perguntado sobre o porque, o chefe da linha disse que o tal sistema atravancava tudo, parava a linha, vinha um braço mecânico, tirava a embalagem e, visto isso, resolveram do jeito deles: compraram um ventilador e colocaram do lado da esteira onde passava as embalagens. o ventilador custou 80 reais.

Anônimo disse...

das soluções simples (lembrei agora):

nos tempos iniciais das viagens espaciais (o eco é proposital-au-au), um problema (dos tantos!) era caneta pra escrever lá em cima, porque a tinta não funcionava direito porque a gravidade ou sei lá o quê (a história me foi contada assim - e eu devia estar embriagado - então não nos preocupemos com os detalhes menores).
os norte-americanos gastaram uma baita grana desenvolvendo uma ultra-mega-plic-ploc-caneta-uiuiui que podia escrever sem gravidade etc. e tal.
os russos usaram um lápis.

Julia Dantas disse...

hahaahah, adorei as histórias de soluções simples de vocês. se eu fosse um tanto mais empreendedora sairia pelo mundo atrás de exemplos deste tipo e escreveria um livro de auto-ajuda para empresários e ganharia milhões. fica a idéia.